20/03/2013

Linfócitos T

Aula para alunos de residência médica, da Unifesp, com um pouco da Biologia dos Linfócitos T.


































































































Referências:
IMUNOLOGIA CELULAR E MOLECULAR Abbas, A. ; Lichtmann, A.; Pillai, S.Editora Elsevier – 6a edição/2008





Siglas e Termos Gerais de Biologia



Siglas e termos usados em biologia geral, abrangendo principalmente a imunologia, genética e a biologia molecular. Tem também termos laboratoriais e médicos. São usados em artigos científicos, teses, monografias e TCCs.

a: adenina

aa: aminoácido

AAN: Anticorpos antinúcleo

ACR: American College of Rheumathology, do inglês, Colégio Americano de Reumatologia

ADCC: Citotoxicidade celular dependente de anticorpo

AIDS: Síndrome da Imunodeficiência adquirida.

anti-DNAds: Anticorpo anti-DNA dupla hélice

Aza: Azatioprina

c: citosina

CD: Cluster diferentiation

cDNA: DNA complementar

CFA: ciclofosfamida

CH100: Complemento total hemolítico

CMV: Citomegalovírus

CNV: Copy number variation

CR3: Complement receptor 3

CSA: ciclosporina

CTL: Linfócito T citotóxico

CTLA4: Cytotoxic T-Lymphocyte Antigen 4, do inglês, Antígeno 4 de linfócito T citotóxico, também conhecido como CD152

DNA: Ácido desoxirribonucléico

dNTP: Desoxirribonucleotídeos Fosfatados

DRAI: Doenças Reumáticas Autoimunes

DAINR: Doenças autoimunes não-reumáticas

DCFH-DA: 2,7-diclorofluoresceína-diacetato

DGC: Doença Granulomatosa Crônica

DIgG: Deficiência de IgG

DIgG1: Deficiência de IgG1

DIgG2: Deficiência de IgG2

DIgG3: Deficiência de IgG3

DIgG4: Deficiência de IgG4

DIgM: Deficiência de IgM

DP: desvio-padrão

DSIgA: Deficiência seletiva de IgA

EBV: vírus Epstein-Barr

EDTA: Ethylenediamine tetraacetic acid, do inglês, ácido etilenodiamino tetra-acético

ELISA: Enzyme-Linked Immunoabsorbent Assay, do inglês, Ensaio imunoabsorvente ligado a enzima

ENA: anticorpos contra antígenos nucleares extraíveis

ESID: European Society for Immunodeficiency, do inglês, Sociedade Europeia para Imunodeficiência

et al: e colaboradores

FAN: Anticorpos antinucleares

FcgR: Receptor de porção Fc da imunoglobulina G

FLT3: Tirosino-quinase 3 Fms-relacionado (FLK2STK1CD135 ou FLT3)


g: grama

G: guanina

GLADEL: Grupo Latino-Americano de estudo do lupus

GPI: Glicosilfosfatidilinositol

HCQ: hidroxicloroquina

HCV: Vírus da hepatite C

HEp2: Linhagem de célula de carcinoma laríngeo humano

HIgM: Síndrome Hiper-IgM

HIV: Vírus da Imunodeficiência Humana

HLA: Antígenos leucocitários humanos

HNA: Antígeno neutrofílico humano

HPV: Papiloma vírus humano

HTLV: Vírus da leucemia T humana

IC: imunocomplexo

IDCV: Imunodeficiência comum variável

IDD: Imunodifusão dupla

IDP: Imunodeficiência primária

IDD: Imunofluorescência Indireta

IFN: Interferon

IgA: Imunoglobulina isotipo A

IgE: Imunoglobulina isotipo E

IgG: Imunoglobulina isotipo G

IgG1: Imunoglobulina isotipo G subclasse 1

IgG2: Imunoglobulina isotipo G subclasse 2

IgG3: Imunoglobulina isotipo G subclasse 3

IgG4: Imunoglobulina isotipo G subclasse 4

IgM: Imunoglobulina isotipo M

ITAM: Motivo de ativação baseado em tirosina presente em imunorreceptor

ITIM: Motivo de inibição baseado em tirosina presente em imunorreceptor

ITGAM: Gene da Integrina alfa M

LED: Lúpus Eritematoso Discoide

LES: Lúpus Eritematoso Sistêmico

LFN: leflunomide

MBL: proteína ligadora de manose

MDDC: Células dendríticas derivadas de monócitos (monocytes derived dendritic cell)

MHC: Complexo de Histocompatibilidade Principal

mL: mililitro

µL: microlitro

mM: milimolar

MMF: micofenolato mofetil

MTX: metotrexate

NA1: Neutrophil antigen

NKT: Célula natural killer

PBS: Phosphate buffered saline

PAGID: Pan-American Group for Immunodeficiency, do inglês, Grupo Panamericano para Imunodeficiência

PCR: Reação em cadeia da polimerase

PTPN22: Protein tyrosine phosphatase, non-receptor type 22, do inglês, Proteína tirosino-fosfatase, não-receptor tipo 22(linfóide)

qRT-PCR: PCR em tempo real quantitativo

RNA: Ácido ribonucleico

rs: Related sequence

SDS: Dodecil sulfato de sódio

Síndrome ALPS: Autoimmune Limphoproliferativa Syndrome, do inglês, Síndrome autoimune linfoproliferativa

Síndrome APECED: Autoimmune Polyendocrinopathy-Candidiasis-Ectodermal Dystrophy, do inglês, Poliendocrinopatia autoimune com candidíase-distrofia ectodérmica

Síndrome IPEX: Immunodysregulation, Polyendocrinopathy, Enteropathy, X-linked, do inglês, Imunodesregulação, poliendocrinopatia, enteropatia, ligada ao X

SLEDAI: Systemic Lupus Erythematosus Disease Activity Index, do inglês, escore de atividade momentânea do LES

SLICC-DI: Systemic Lupus International Collaborating Clinics ­– Disease Index, Índice de danos permanentes secundários ao LES

Sm: Antígeno Smith

SMF: Sistema Mononuclear Fagocitário

SNC: Sistema Nervoso Central

SNP: Polimorfismo de nucleotídeo único

SPSS: Statistical Package for Social Sciences

SS-A/ Ro: Síndrome de Sjögren, antígeno A

SS-A/ La: Síndrome de Sjögren, antígeno B

STAT4: proteína Signal Transducer and Activator of Transcription, do inglês, Tradutor de sinal e ativador de transcrição

STR: Simple tandem repeats

TE: Tris EDTA

TCLE: Termo de consentimento livre e esclarecido

TM: Transmembrana

TNF: Fator de necrose tumoral

TYK: Tirosina quinase

VNTR: Variable number of tandem repeats

IUPAC: International Union of Pure and Applied Chemistry

UV: Radiação ultravioleta

UFC: Unidades Formadoras de Colônias

Glossário Geral de Biologia


Seguem alguns termos, mais específicos, usados nas mais variadas áreas da Biologia, que compreendem principalmente a Genética, a Imunologia e Biologia Molecular.

Anergia: Inabilidade de responder a um antígeno.

Antagonismo (antagonista): quando uma citocina bloqueia ou inibe os efeitos de outras citocinas. Nas citocinas a atividade biológica das  é regulada fisiologicamente por dois tipos de antagonistas, um deles provoca o bloqueio do receptor, unindo-se ao mesmo. impedindo assim, a união entre a citocina livre e o seu receptor específico, ocupado pelo antagonista ou bloqueador. No outro caso, os antagonistas inibem a ação da citocina ao unir-se à mesma. Sendo assim, impedem a união entre a citocina combinada ao antagonista ou bloqueador e o receptor específico livre.

Antígeno timo-independente: são antígenos não-proteicos,  de natureza lipídica, polissacáride ou glicídica, que podem ser eliminados pela Resposta Imune Humoral sem o auxílio dos LThelper.

BAFF: Fator ativador de linfócito B, pertence à superfamília do TNF, junto com o BLyS modula a sobrevivência e ativação da célula B por meio de 3 receptores: BAFF-R, BCMA e TACI.

BLyS (B lymphocyte stimulator): Fator estimulador de linfócito B, pertence à superfamília do TNF, junto com o BAFF modula a sobrevivência e ativação da célula B por meio de 3 receptores: BAFF-R, BCMA e TACI.

Células do estroma: Células do tecido conjuntivo de um órgão que são encontradas no tecido conjuntivo frouxo. Estas células são mais frequentemente associadas com a mucosa uterina e o ovário, bem como com o sistema hematopoiético e outras regiões em geral.

Deficiência seletiva de IgM (SIgMD): É
um distúrbio que aumenta a suscetibilidade do indivíduo a infecções recorrentes, e pode ser herdade geneticamente. Geralmente, a concentração da IgM é baixa enquanto os níveis de outras classes de imunoglobulinas são normais.

Citocinas: incluem as interleucinas e interferons, que são um grupo de moléculas secretadas por um tipo de célula imunológica que estimula um outro tipo de célula. Apresenta diversas funções, como: mediação de resposta imune e inflamatória; atuação sob vários tipos de células; atuação sobre síntese se RNAm. Constituem um grupo de fatores extra-celulares que podem ser produzidos por diversas células, como monócitosmacrófagosLinfócitos e outras que não sejam linfoides. As citocinas unem-se aos receptores existentes na membrana das células para transmitir as "informações" necessárias. Os macrófagos são as células que mais produzem citoquinas, seguidos dos linfócitos T. 

Endonucleases: enzimas que deletam genes de várias imunoglobulinas e deixam apenas um isotipo específico. 


Epigenética: Segundo Ferreira AR, "refere-se aos processos que regulam a atividade gênica e que não estão relacionados à 
sequência primária do DNA. Um evento importante e específico que ocorre em gametas é uma extensa reprogramação epigenética pela qual passam essas células para estarem aptas à fecundação e à formação de um embrião viável. Quanto melhor se compreender sobre a reprogramação epigenética que acontece durante a gametogênese e a embriogênese inicial, maior será a capacidade de se desenvolver melhores sistemas de produção de embriões."


FLT3: Tirosina-quinase 3 semelhante a fms (FLK2, STK1, CD135 ou FLT3) gene relacionado com a proliferação de células sanguíneas, que regula a hematopoiese. Mutações que resultam na ativação constitutiva deste receptor estão relacionadas com a leucemia mieloide aguda e a leucemia linfoide agudaEstá intimamente relacionado com a Proteína Proto-Oncogênica fms e normalmente está mutado na leucemia mieloide aguda. 

Gamopatias monoclonais: constituem um grupo de desordens caracterizado pela proliferação monoclonal de plasmócitos, que produzem e secretam imunoglobulina ou fragmento de imunoglobulina monoclonal (proteína M).

Gamopatia policlonal: Geralmente ocorre como efeito secundário em doenças crônicas. A fração elevada corresponde a frações de globulinas, excluída a possibilidade de proteína monoclonal.

Hiperimunoglobulinemia ou Síndrome de Jó:  é uma imunodeficiência rara, sem etiologia definida, caracterizada por infecções de repetição dos tratos respiratórios superior e inferior e da pele associadas a níveis elevados de IgE, eosinofilia e alterações faciais peculiares.

Hipermutação somática é um mecanismo de mutação das células que faz com que o sistema imunológico se adapte a novos elementos invasores. A hipermutação somática diversifica os receptores que utilizam o sistema imunológico para identificar elementos externos (antígenos), e permite que o sistema imunológico adapte sua resposta a novas ameaças durante o tempo de vida de um organismo.

Imunodeficiência comum variável: tem incidência estimada em 1/50.000 RNs. Este termo é utilizado para descrever um grupo heterogêneo de IP com predominância de defeitos de anticorpos onde existe um número detectável de linfócitos B (geralmente normal) e acentuada redução de pelo menos duas das três classes principais de imunoglobulinas (IgM, IgG e IgA). A maioria dos pacientes apresenta níveis de IgG significativamente diminuídos (<250mg/dL). O padrão de herança é multifatorial e o diagnóstico é definido após exclusão de outras causas de IP com predominância de defeitos de anticorpos. A faixa etária mais comum de apresentação é a segunda ou terceira décadas.

Imunodeficiência primária: A imunodeficiência primária é uma desordem no organismo, onde o sistema imune está incompleto ou não funcional, podendo ser causadas por defeito genético. Os defeitos genéticos resultam em maior suscetibilidade às infecções.

Imunodeficiências primárias não convencionais: ainda sem definição na literatura, mas com razoável reconhecimento na literatura especializada. Trata-se de indivíduos saudáveis com infecções recorrentes específicas, às vezes até de uma única espécie oportunista, e que parecem apresentar alguma herança mendeliana, mas sem a identificação de um fenótipo imunológico ou substrato gênico estabelecidos.

Imunoglobulina M: Representa 5 a 10% das imunoglobulinas totais. Apresenta-se na forma de um pentâmero e não possui subclasses. É reconhecida como o anticorpo precoce, visto ser a primeira imunoglobulina encontrada na resposta a um estímulo antigênico. Por isso, é útil no diagnóstico diferencial das infecções virais ou parasitárias agudas. Diferentemente da IgG, não atravessa a barreira placentária e é a única que o neonato sintetiza. Níveis séricos aumentados em recém-nascidos indicam que a imunoglobulina M foi produzida pelo feto, sugerindo uma infecção pré-natal. Como a IgM é pentamérica, ou seja, possui 10 sítios de ligação com o antígeno, é mais eficiente em ligar-se aos antígenos e ao sistema complemento. Essas características, aliadas ao aparecimento precoce durante a evolução da infecção, fazem dela um potente agente de combate às infecções.

In silico: Termo usado para simulações em experimentos de Biologia Molecular.

Metilação: Conforme citado e revisado por Stefani FA (2010), os estágios de condensação da cromatina são controlados por padrões epigenéticos reversíveis de metilação do DNA e de modificação das histonas. Regiões ricas em citosina e guanina, conhecidas como regiões CpG, foram observadas em regiões promotoras do DNA, e a hipermetilação dessas, está associada com o inapropriado silêncio transcricional de genes supressores do tumor. A metilação de regiões CpG está associada à desacetilação das histonas, o que possivelmente induz à compactação da estrutura cromatina, tornando-a inacessível aos fatores de transcrição gênica. A metilação do DNA ocorre por uma adição covalente de um grupo metil no carbono 5` do anel de citosina, resultando em 5-metilcitosina. Em condições fisiológicas normais, a metilação é mantida pela enzima DNA-metiltransferase, como mecanismo regulatório para silenciamento de genes específicos.

Ontogenia: Desenvolvimento dos embriões, ajuda a estudar a origem evolutiva dos seres.


Plasmócitos: células formadoras de anticorpos.

RAG: (gene ativador da recombinase - RAG1 e RAG2): a falta do mesmo resulta na diminuição de células T e B. São responsáveis pelo receptor de célula T (TCR) e rearranjos do gene de Ig. Portadores dessa deficiência são atímicos e são diagnosticados pelo exame do rearranjo do gene do receptor de célula T (TCR). No recém nascido estes defeitos nas células B não são observados devido aos anticorpos passivos obtidos da mãe. Células NK são normais.

Síndrome de Hiper-IgM (SHM): é um tipo de imunodeficiência primária rara que engloba defeitos genéticos heterogêneos que resultam em uma defeituosa recombinação de classes de imunoglobulinas e/ou hipermutação somática. Há diferentes tipos de herança genética. Clinicamente a síndrome se caracteriza por infecções de repetição, baixo ganho pondero-estatural, manifestações autoimunes e neoplásicas. Laboratorialmente verifica-se que as concentrações séricas de IgG, IgA e IgE estão diminuídas na presença de níveis de IgM normais ou aumentados.

Síndrome de Wiskott-Aldrich (SWA): é um distúrbio caracterizado basicamente pela deficiência de IgM. Quase sempre, a doença está associada à trombocitopenia persistente e, em sua forma incompleta, também cursa com imunodeficiência celular e humoral e aumento do risco para doenças auto-imunes e neoplasias hematológicas. A SWA é um distúrbio genético recessivo e sua transmissão está ligada ao cromossomo X, tornando-a quase que exclusiva de meninos.


Sinergia: quando duas ou mais citocinas produzem um efeito que se soma ou potencia reciprocamente

Sm: polipeptídeos do complexo do spliceosome.

SS-B/La: proteína ligante de RNA.

SS-A/Ro: complexo ribonucleoprotéico.


Tecido linfoide primário: tecidos responsáveis pela produção e/ou maturação das células do sistemaimune (medula óssea e timo).


Tecido linfoide secundário: tecidos onde ocorre a apresentação de ags aos linfócitos e consequente ativação dos mesmos (gânglios linfáticos e baço).

Tolerância imunológica: Ausência de resposta induzida por exposição prévia ao antígeno. É importante na discriminação entre Ags próprios e Ags estranhos ao organismo.









Referências:
http://insilico.ehu.es/ - acesso em 20/03/2013
http://www.ceaclin.com.br/exames/imunoglobulinas.shtml - acesso em 12/01/2013
http://www.bibliomed.com.br/lib/showdoc.cfm?LibDocID=14772 - acesso em 08/04/2013
http://www.ib.usp.br/sti/evosite/evo101/IIIC6aOntogeny.shtml - acesso em 11/04/2013
http://www.scielo.br/pdf/jpneu/v27n2/9241.pdf - acesso em 12/04/2013
http://www.asbairj.org.br/forum/comunidade.asp?id=1631 - acesso em 13/04/2013
http://www.ufrgs.br/parasito/Aulas%20Imuno/Tecidos%20linfoides%20rooda.pdf - acesso em 27/04/2013
http://www.portaleducacao.com.br/biologia/artigos/1496/resposta-imunologica-humoral#ixzz2RszljyK3 - acesso em 29/04/2013




- A.R. Ferreira, M.M. Franco. Reprogramação epigenética em gametas e embriões de mamíferos. Rev. Bras. Reprod. Anim., Belo Horizonte, v.36, n.1, p.3-9, jan./mar. 2012. Disponível em www.cbra.org.br


Stefani FA. AVALIAÇÃO DA METILAÇÃO E DO POLIMORFISMO NO GENE IL-6 E SUA EXPRESSÃO NA PERIODONTITE. 2010. Dissertação. Disponível em http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/handle/1843/ZMRO-8E5GLX/disserta__o_mestrado_floren_a_abdanur_stefani.pdf?sequence=1